Para abastecer e exportar: as estradas de ferro no sul de Minas Gerais (1884-1910)
DOI:
https://doi.org/10.29182/hehe.v16i1.284Resumo
O presente trabalho tem como objetivo estudar três companhias férreas do sul da província (e, posteriormente, estado) de Minas Gerais: E. F. Minas e Rio, Cia. Viação Férrea Sapucaí e Cia. E.F. Muzambinho, para entender, em termos de atividades econômicas, o que existia no Sul de Minas Gerais no advento de suas ferrovias e o que mudou com a chegada e formação delas. Essas empresas serviram a maior parte do chamado Sul de Minas, uma região que possuía um quadro produtivo diversificado em nosso recorte cronológico. Os fluxos demonstravam uma forte tendência dos produtos sul mineiros ao comércio interprovincial/interestadual, principalmente com o Rio de Janeiro e São Paulo. As atividades relacionadas à agricultura e pecuária voltadas para o abastecimento ou consumo interno predominavam quando os trilhos foram inaugurados e a produção cafeeira ainda era incipiente, mas se expandia com consistência.
Contudo, com o passar dos anos e o prolongamento dos trilhos, o perfil produtivo sul mineiro começou a se alterar. Não obstante o forte aumento da exportação de gado, o café caminha para se tornar o principal produto agrícola sul mineiro. Porém, os tradicionais produtos exportados pela região ainda continuam com forte presença até 1910, justamente o ano em que as três companhias são aglutinadas, formando a Companhia de Estradas Férreas Federais Brasileiras, CEFFB – Rede Sul Mineira. Foi também muito importante a presença da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro em alguns pontos da região, que captou boa parte da produção local e, consequentemente, desviou a exportação de localidades que utilizavam ou, potencialmente poderiam utilizar, os serviços das outras três companhias.
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