O impacto da Primeira Guerra Mundial sobre o investimento estrangeiro na América do Sul: Brasil e Argentina
DOI:
https://doi.org/10.29182/hehe.v4i1.90Resumo
Sem dúvida, os investimentos estrangeiros tecnicamente não fazem parte do sistema financeiro. Eles não constituem uma instituição, e nem atuam como intermediários. Contudo, é certamente impossível discutir os sistemas financeiros latino-americanos, nesse ou em qualquer outro período, sem levar em conta os investimentos estrangeiros. Ao mesmo tempo, estudos sobre os investimentos estrangeiros, que não analisam o impacto desses fluxos nos sistemas financeiros nacionais da América Latina e na própria natureza das transformações capitalistas nesses países constituem, no fim das contas, pouco mais do que glorificados exercícios de contabilidade ou meditações ahistóricas neoclássicas, sem menosprezar o valor intrínseco das quantificações e das meditações em geral.
No mundo do pré-Guerra, os empréstimos externos para a América Latina representavam apenas uma parte do complexo de forças externas que contribuíram para moldar seus sistemas financeiros e seu desenvolvimento capitalista. Bancos comerciais, bancos de investimentos e companhias de seguros estrangeiras foram as mais óbvias manifestações institucionais dessa relação. As políticas fiscais e monetárias dos governos foram também fortemente influenciadas por forças externas - por exemplo, pelos empréstimos externos e pela arrecadação fiscal proveniente dos impostos sobre as importações. Por sua vez, a política oficial desempenhou o principal papel na formação e no funcionamento dos sistemas financeiros nacionais na América Latina, especialmente porque as necessidades fiscais dos governos eram da maior importância na relação entre o Estado e o setor bancário.
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