Cultura de consumo e indústria na São Paulo da Belle Époque (1890-1915)

Autores

  • Milena Fernandes Oliveira Instituto de Economia-Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.29182/hehe.v17i1.255

Palavras-chave:

consumo e cultura de consumo, classes e frações de classe, indústria, capitalismo periférico

Resumo

O artigo faz uma análise sobre a formação do capitalismo no Brasil tendo como ponto de vista a cultura de consumo. Atentamos para algumas relações contraditórias entre a dinâmica de consumo e o incipiente processo de industrialização no Brasil, com enfoque na primeira. O objetivo do trabalho é o de estudar o lançamento das bases da dinâmica de consumo capitalista, assentada sobre a diferenciação, inclusão e exclusão, que detém certas especificidades inerentes à constituição do capitalismo em sua expressão periférica.   

O período que vai de 1890 a 1915, a Belle Époque, é o momento em que o capitalismo periférico se constitui na forma de economias primário-exportadoras. A maior parte dos estudos feita até o momento repousa sobre o processo de industrialização. Nosso estudo repousa sobre sua contraface: o consumo, visto aqui como um processo social. Nesse sentido, a temática da industrialização, claro de extrema importância, será vista sob o ângulo da dinâmica de consumo, que pretende captar as contradições nas relações de classe e frações de classe travadas em uma expressão regional do capitalismo brasileiro em formação. O processo de industrialização que se configura no interior do capitalismo periférico, dados seus limites sociais e técnicos, trava uma relação específica com a cultura de consumo nascente, que se traduz nas formas de falsificação e imitação. As fontes utilizadas residem, sobretudo, em fontes qualitativas, diários pessoais, relatos de viagem, livros de memória, literatura e crônicas do período.

Na relação entre o processo de diferenciação que caracteriza o consumo colocam-se dois atores em disputa: o fazendeiro tradicional, oligarca do café, e o imigrante que enriquece e passa a disputar um lugar na hierarquia social. O setor externo continua a ser a fonte de diferenciação social e os bens de consumo importados, instrumento de status.   

 

   

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Biografia do Autor

Milena Fernandes Oliveira, Instituto de Economia-Universidade Estadual de Campinas

Depto de História e Política Econômica, UNICAMP. Área: História Econômica Geral e do Brasil.

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Publicado

2014-06-28

Como Citar

OLIVEIRA, Milena Fernandes. Cultura de consumo e indústria na São Paulo da Belle Époque (1890-1915). História Econômica & História de Empresas, [S. l.], v. 17, n. 1, 2014. DOI: 10.29182/hehe.v17i1.255. Disponível em: https://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/255. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos