Eram os senhores de engenho caloteiros? Reflexões sobre o crédito e os direitos de propriedade no mundo luso
DOI:
https://doi.org/10.29182/hehe.v17i1.259Palavras-chave:
Direitos de propriedade, Brasil ColôniaResumo
Este ensaio explora a imagem dos senhores de engenho devedores construída na historiografia e entre contemporâneos. Construiu-se a imagem de senhores maus pagadores, que se beneficiam de sua influência política para se evadir das cobranças de seus credores. O ensaio retoma essa discussão a partir das críticas que letrados moradores da Bahia fazem às práticas dos comerciantes e ao comportamento dos produtores de açúcar. O estudo desenvolve a ideia de que o endividamento crônico dos produtores de açúcar é fruto das práticas mercantis, decorre da economia sustentada no trabalho escravo e é alimentada pela necessidade de reproduzir a proeminência política dos produtores de açúcar. A despeito disso, não se concebe que os credores tomem a terra dos devedores. O eixo condutor da discussão é a noção histórica de direitos de propriedade.
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